O futuro das cidades no XIII Encontro Crea-SP Jovem

Para reduzir a distância entre o conceito e a prática, o XIII Encontro Crea-SP Jovem lançou luz sobre a importância da área tecnológica para a construção de cidades mais inteligentes. Com um olhar para a inovação e o empreendedorismo, a programação do evento reuniu especialistas de diversas áreas para demonstrar o amplo campo de atuação para as profissões das Engenharias, Agronomia e Geociências.

Afinal, o que é uma cidade inteligente? Muito se fala a respeito do termo e a definição varia, porém, é uma cidade que conseguiu resolver os seus problemas. Assim sintetizou o Eng. Vinicius Marchese, presidente do Crea-SP, em sua palestra sobre o tema. “A tecnologia é um meio para solucionar os desafios urbanos, mas a cidade inteligente é aquela que consegue responder aos anseios dos seus cidadãos”, afirmou. Em seguida, o engenheiro apresentou exemplos criativos de soluções para as cidades e ressaltou o papel de protagonismo da Engenharia à frente do desenvolvimento dos municípios.

Na mesma linha, o Eng. Renato Jannuzzi, da Inova Business School, ponderou sobre como transformar os problemas em oportunidades e citou soluções de engenharia que revolucionaram a sociedade, caso das melhorias genéticas. Dessa forma, foi possível dimensionar a importância da área tecnológica no giro histórico pelas diferentes estruturas de cidades, no painel da publicitária Eliane El Badouy, da Inova Business School. Essa evolução ao longo dos tempos chega ao que Badouy chama de cidade empreendedora, que classifica como uma cidade que estabelece prioridades para direcionar recursos para obras que são fundamentais e estratégicas.

Saindo da teoria para a prática, a tecnóloga em processamento de dados, Regiane Romano, mostrou um protótipo de cidade inteligente dentro de um campus universitário, a Smart Campus Facens. Um laboratório vivo que busca resolver problemas reais ao conectar comunidade acadêmica, mercado e sociedade. Já soluções de mobilidade pensadas para o futuro, que visam diminuir o impacto no meio ambiente, desenvolvidas pela empresa Acciona foram apresentadas pela Eng. Daiana Campos, gerente de Novos Negócios. “Por meio de novas tecnologias, a descarbonização do mundo será possível. Temos soluções de mobilidade para cidades inteligentes, como as scooter elétricas espalhadas em várias cidades do mundo, e a aeronave vertical elétrica (EVA)”, disse.

Para falar sobre a geração de energia, Eng. Rafael Turella da CUBi Energia discorreu sobre os desafios que serão enfrentados, especialmente com a estimativa da ONU de que 70% da população global deve viver em cidades até 2050. “As cidades não param de crescer e a energia está conectada à qualidade de vida. Quanto maior o centro urbano, maior o consumo e a necessidade de energia”, explicou.

Tendo conhecimento desses enormes desafios que se apresentam para a sociedade, a mestra em engenharia ambiental, Tatiane Alencar, falou em painel sobre zeladoria colaborativa. “Quanto maior a cidade, maior a dificuldade de mapeamento dos pontos problemáticos. Desenvolvemos um aplicativo para auxiliar nesse processo, para construir um ecossistema de cidades e organizações colaborativas”, complementou.

Esse futuro baseado em tecnologia esteve presente no tema da palestra de Henrique Costa, especialista em soluções de negócio da Microsoft Brasil. Entre as mudanças que virão, foco em modelos preditivos e Inteligência Artificial, redes complexas e autônomas, criação de valor universal e a previsibilidade dos resultados. “Haverá um gap de 1 milhão de profissionais da área tecnológica em 2030 e, ao mesmo tempo, 500 milhões de novos aplicativos serão desenvolvidos nos próximos cinco anos”, apontou.

O cenário do mercado de trabalho para o futuro também foi ponto de discussão durante o painel do presidente do Crea-SP. “Qual é o profissional que o mercado quer? É um perfil que tem pensamento empreendedor e a inovação como pauta de discussão. A provocação é para que vocês saiam daqui refletindo sobre os problemas que existem ao nosso redor”, reforçou Marchese.

Encerrando a programação, houve apresentação de projetos do Engenheiro Sem Fronteiras (ESF), presente em 52 cidades do Brasil, e que faz parte da rede Engineers Without Borders. A iniciativa, baseada em quatro pilares (engenharia, sustentabilidade, educação e voluntariado), aposta na criatividade e realiza ações com alto potencial de impacto em comunidades vulneráveis.

Para quem quiser conferir os painéis na íntegra, acesse o link do evento no canal do YouTube.

 

Fonte: Portal Crea-SP